Nem Ganso, muito menos Neymar. A noite desta terça-feira, em Querétano, foi toda da defesa santista. Toda de Rafael. Com pelo menos cinco grandes defesas, principalmente no segundo tempo, ele garantiu o 0 a 0 com o América, no México, e carimbou a passagem do Santos às quartas de final da Taça Libertadores.
Foi praticamente um duelo à parte. O camisa 1 do Peixe tinha como seu maior problema o atacante Reyna, artilheiro do time mexicano. Chute da esquerda, da direita, à distância. Todos rebatidas para fora por Rafael, que apontava para o céu e se benzia a cada espalmada.
Com o resultado – o Santos venceu o primeiro jogo na Vila Belmiro, na semana passada, por 1 a 0 - , o Peixe avançou no torneio e agora espera o vencedor da disputa entre Cruzeiro e os colombianos do Onze Caldas – o time brasileiro venceu o primeiro jogo por 2 a 1, fora de casa.
Depois da batalha no México, o time alvinegro volta seus olhos para a decisão do Campeonato Paulista. Neste domingo, no Pacaembu, o time tem o primeiro confronto com o Corinthians. E torce para que Rafael mantenha o bom momento desde que Muricy Ramalho assumiu o time – foram apenas dois gols sofridos em oito partidas. Frio, vento forte e gelado, gramado castigado, 40 mil pessoas torcendo contra e o América-MEX precisando vencer. Eram vários os adversários do Santos nesta terça-feira à noite, em Querétaro. Se não sofresse gols, o Peixe avançaria às quartas de final. Nos primeiros 45 minutos conseguiu, com marcação forte no meio de campo.Houve sustos em algumas bolas aéreas, que sempre foram um tormento para a zaga santista. Logo aos 5 minutos, Montenegro cobrou falta pela direita. A bola pingou na área e encobriu Valenzuela, que não conseguiu acertar o cabeceio, perdendo grande chance.
O Peixe, aos poucos, foi tentando controlar o ímpeto adversário com toque de bola. Ganso buscava se aproximar de Neymar. Os dois até trocaram passes, mas não conseguiram penetrar a zaga mexicana. O América tentava imprimir um ritmo forte, mas errava alguns passes nas saídas. O jogo das Águias só saía quando a bola caía nos pés de Montenegro. Aos 22, ele cobrou escanteio da direita. Mosquera subiu mais que Dracena, cabeceou e acertou a trave. Peixe escapava de mais uma.
Houve ainda, aos 31, uma outra jogada de perigo do América. Montenegro, sempre ele, recebeu pela esquerda e cruzou rasteiro, tirando a bola do alcance de Rafael. Sanchez chegou atrasado e não acertou a bola. Enquanto isso, torcedores do América, que estavam atrás do gol defendido por Rafael, passaram a atirar sinalizadores na direção do goleiro santista. A polícia teve de ser acionada e houve um princípio de tumulto, logo controlado.
A partir daí, o Santos passou a ficar mais com a bola, não permitindo a aproximação do adversário. A torcida mexicana foi se aquietando. Não havia mais pressão. O Peixe passou a trocar passes até o apito do juiz.
São Rafael!
O Santos voltou melhor para o segundo tempo, mais adiantado, tocando bola no campo de ataque do adversário. Logo aos 4 minutos, Ganso, cobrando falta que ele mesmo sofreu, carimbou a trave direita de Ocha. Logo em seguida, o técnico Carlos Reinoso começou a mexer no América. Reyna, artilheiro do Campeonato Mexicano, com 13 gols, entrou no lugar de Pardo. Três minutos depois, o grandalhão Esqueda entrou no ataque, na vaga de Sánchez.
O América passou a dominar a posse de bola e levar perigo. Muricy, então, resolveu subir a estatura do time. Primeiro, colocou Possebon no lugar de Arouca. Depois Bruno Aguiar na vaga de Zé Eduardo. Essa segunda mudança, que deu muito certo no clássico contra o São Paulo, sábado passado, no Morumbi, semifinal do Paulistão, deixou o time retraído demais nesta quarta. O América foi para o abafa.
Aos 18, Reyna mandou uma bomba de esquerda. Rafael espalmou. Depois, aos 25, Esqueda foi lá em cima e concluiu cruzamento da esquerda. Rafael, de novo, salvou. O Peixe estava sufocado. Não conseguia sair de trás. O jogo se tornava dramático.
A bola não chegava na frente. Nas raras vezes que ela chegava a Neymar, isolado, ele abusava dos dribles. Assim, o campo era todo do América. E Rafael ia se desdobrando. Aos 31, Reyna de novo mandou o chute de fora. Agora de direita. O goleiro santista se esticou todo para espalmar. No minuto seguinte, o camisa 18 do América ganhou presente da zaga santista, que saiu errado, e tentou o chute colocado. Rafael de novo. Uma muralha.
A pressão mexicana era enorme. Aos 34, Reyna de novo, cobrou falta colocada. Acertou o travessão. A torcida, entusiasmada, gritava: “Si, se puede (Sim, é possível)”. Muricy Ramalho, por sua vez, se descabelava à beira do campo a cada tentativa de saída equivocada de sua equipe.
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