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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fla bate o Botafogo nos pênaltis e vai à final .

Foi mais um Flamengo x Botafogo típico, isso se o retrospecto mais recente for levado em consideração: emoção, nervosismo, gols, heróis, vilões, empate no tempo normal, pênaltis e, no fim, mais um goleiro saindo como herói. O destaque dessa vez foi rubro-negro: Felipe defendeu as cobranças de Somália e Everton e garantiu a vitória por 3 a 1 na semifinal da Taça Guanabara. A lembrança de Bruno foi inevitável. O goleiro, preso desde o ano passado acusado por assassinato, foi o herói na conquista dos Cariocas de 2007 e 2009, defendendo duas cobranças em cada uma das decisões - e contra o mesmo Botafogo.
Curiosamente, os pênaltis também decidiram o título no ano passado, mas a favor do Alvinegro e no tempo normal: Herrera e Loco Abreu converteram suas cobranças, e Jefferson defendeu uma de Adriano, quando a partida estava 2 a 1. O placar rendeu ao Bota o título da Taça Rio e, como já havia conquistado a Taça Guanabara, a equipe foi campeã carioca.
O Flamengo agora disputa a decisão da Taça Guanabara contra o Boavista, que eliminou o Fluminense, também nos pênaltis. A partida será disputada no próximo domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão.
Como todo clássico bem disputado, este começou cheio de nervosismo e lances ríspidos. Logo no início, Willians e Herrera se desentenderam, levaram o amarelo e deram uma amostra da batalha que os times travariam em campo. Se sobrava disposição, faltavam boas tramas de ataque. A aposta das equipes era levantar bolas na área. O Botafogo chegou a assustar em cabeçada de Márcio Rosário após escanteio cobrado por Alessandro, mas foi o Flamengo que mostrou eficiência. Aos 14 minutos, Thiago Neves, também em uma batida de escanteio, colocou na medida para Ronaldo Angelim, que subiu mais do que os zagueiros e mandou no cantinho direito de Jefferson: 1 a 0.
Ainda sob o efeito do gol, o Alvinegro viu o Fla criar outra boa chance com Thiago Neves. O camisa 7 chutou forte da entrada da área, e Jefferson defendeu. O Glorioso só voltou a dar o ar de sua graça aos 29 minutos. Dentro da área, Loco Abreu ajeitou de cabeça para Márcio Azevedo, que emendou uma linda bicicleta. A bola foi na direção do gol, mas Felipe fez a defesa.
Com muita movimentação dos seus homens de frente, o Flamengo jogava melhor do que o Botafogo, que tinha dificuldade para impedir os avanços do adversário. Antes do fim da primeira etapa, o Rubro-Negro ainda criou duas boas oportunidades de ampliar. Primeiro, Deivid serviu Léo Moura dentro da área, e o lateral emendou uma bomba. A bola, entretanto, subiu demais. Depois, aos 42 minutos, um dos lances mais bonitos do jogo. Ronaldinho lançou Fernando em profundidade, o volante impediu que a bola saísse pela linha de fundo e cruzou para Thiago Neves. O meia mandou de cabeça, e Jefferson voou para fazer uma defesa espetacular. O goleiro mereceu até os cumprimentos do camisa 10 do Fla.
Na volta do vestiário, Joel Santana resolveu fazer uma mudança para deixar o time mais forte na parte ofensiva: tirou Márcio Azevedo e colocou o ex-flamenguista Everton. A alteração surtiu efeito rapidamente. Logo nos primeiros minutos, o Botafogo fez pressão em cima do adversário. Herrera ajeitou para Loco Abreu, que chutou no cantinho e obrigou Felipe a se esticar todo para defender. Era um ensaio. Aos três minutos, Alessandro rolou para o uruguaio. A zaga errou na linha de impedimento, e Loco, dentro da área, chutou de perna direita e empatou.
O atacante infernizava a vida dos defensores rubro-negros. Após cruzamento da esquerda feito por Everton, Loco Abreu deu uma ótima cabeçada, e Felipe fez ótima defesa. Vendo o crescimento do Bota, Luxemburgo também resolveu mexer. Colocou Negueba no lugar de Deivid, e o Flamengo melhorou. Logo de cara, o jovem atacante fez duas grandes jogadas pela direita, em cima de Arévalo, e levou perigo para o gol de Jefferson. Foi o suficiente para acordar novamente a torcida rubro-negra.
Ronaldinho Gaúcho também despertou. Após bola levantada na área, o camisa 10 de livrou de Somália só no domínio e chutou de perna direita. Jefferson se esticou todo e desviou a bola, que entraria no cantinho. Do lado alvinegro, quem chegou perto foi Everton, que, aos 31 minutos, chutou cruzado da entrada da área. A bola passou rente à trave esquerda de Felipe.
Já perto do fim da partida, os botafoguenses reclamaram de um pênalti que teria sido cometido por Renato ao colocar a mão na bola dentro da área. O árbitro entendeu que o jogador do Fla não teve a intenção. Os times tentaram a classificação no tempo normal até o fim, mas a decisão de quem ia para a final foi mesmo para os pênaltis.
E surgiu um novo candidato a ídolo na Gávea. Mas, na primeira cobrança, Felipe não alcançou o chute de Márcio Rosário. Jefferson até chegou até a bola de Léo Moura, mas deu azar e não conseguiu evitar o empate. Começava então a epopeia do camisa 1 rubro-negro, que defendeu a cobrança de Everton. Na sequencia, Renato fez 2 a 1 para o Fla.
Felipe mais uma vez parou o Botafogo, agora na batida de Somália. Fernando fez o terceiro para o Fla. Com mais duas cobranças pela frente, o time de Joel Santana não poderia desperdiçar nenhuma. Renato Cajá cobrou e deslocou Felipe, mas a bola saiu. Era a senha para a festa rubro-negra.

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